Seu Ator Favorito é Inseguro
falemos de insegurança e ansiedade. bom dia :) boa segunda e boa semana
Insegurança é igual mãe
Porque todo mundo tem.
Esse cara da foto é o Jesse Eisenberg — ator renomado que representou diversos personagens em filmes, desde Mark Zuckerberg, a Daniel Atlas (foto), Lex Luthor e etc. Jesse deu uma entrevista para um projeto há um tempo atrás para falar sobre um tema bastante relevante: ansiedade e insegurança. O que ele falou no vídeo é algo que eu acho que merece ser compartilhado aqui.
Jesse disse que nós, espectadores, estamos acostumados a ver atores nos filmes/eventos e acreditar que eles são as pessoas mais seguras de si mesmas, confiantes, felizes e movidas pelas coisas certas do mundo.
De fato, é inegável que eles passam essa percepção. As roupas caras, as cenas produzidas, as posturas, companhias, a forma que falam e a forma que interagem — tudo isso nos faz acreditar que são mesmo indestrutíveis.
Mas, nesse programa, Jesse revela a grande verdade. Atores não são aquilo. Sentem-se inseguros, têm medo da vulnerabilidade, da opinião dos outros, da qualidade do trabalho deles, da percepção pública e assim vai. Escutar um ator deste calibre, que definitivamente passa essa segurança nos telões, dizer que ele também é inseguro e ansioso, foi bastante interessante.
Em outras palavras, nem as pessoas que nós achamos mais seguras, confiantes, e full of themselves, são assim.
Pra quem quiser, a entrevista do Jesse tá aqui.
Além da Pill
Assim como você, eu tenho dias de bastante confiança e dias com menos. Quando a confiança está alta, quase tudo é fácil: trabalho, relacionamento, família, amizades e por aí vai. Mas, nos dias de confiança baixa, nem tudo são flores.
É verdade que é bem possível se tornar uma pessoa mais full of yourself, mas definitivamente não 100% full of yourself. E não faz sentido nós nos cobrarmos deste comportamento porque ele não existe. Escolhi escrever sobre o caso do Jesse Eisenberg porque quando pensamos em pessoas que não sentem nenhuma insegurança, geralmente pensamos em atores ou atletas.
Acho que faz parte deixar claro outra vez: essas pessoas não existem. Podem aparentar que são assim, mas não são.
A ciência da coisa
Esse paper aqui chama-se The Costly Pursuit of Self-Esteem, ou a Busca Custosa por Auto Estima, e ele detalha um pouco mais sobre como a nossa ansiedade do dia a dia impacta diretamente a nossa confiança, e como esta impacta nossas tarefas, objetivos e relacionamentos pro bem e pro mal. Uma análise deste estudo científico relata o seguinte:
The cognitive model for low self-esteem suggests that prolonged anxiety may have a negative impact on self-confidence, leading to a sense of lower self-esteem and self-worth, and reinforcing negative core beliefs. According to Crocker and Park, experiences of intense anxiety indelibly influence one’s self-concept, thereby persistently threaten and reduce self-esteem.
No bom português,
O modelo cognitivo para baixa autoestima sugere que a ansiedade prolongada pode ter um impacto negativo na autoconfiança, levando a um senso de menor autoestima e autovalor, e reforçando crenças centrais negativas. De acordo com Crocker e Park, experiências de ansiedade intensa influenciam de maneira indelével o autoconceito de uma pessoa, ameaçando e reduzindo persistentemente a autoestima.
Outra evidência de que confiança é chave para a nossa performance na vida, mas que a confiança plena, durante um dia completo ou uma semana completa, é absolutamente inalcançável. Logo, não se cobre por ter a autoconfiança que os atores de Hollywood transmitem nos telões. Pois nem eles a têm.
Boa semana pra nós,
Vamos com tudo.
BG
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